Plano de Aula

A LITERATURA DE CORDEL E O REPENTISMO TÍPICO NORDESTINO

O Lobisomem e o Coronel
30/04/2007
Ensino Fundamental - Anos Iniciais, Ensino Fundamental - Anos Finais, Educação de Jovens e Adultos
Língua Portuguesa
Joao Worcman
Acesse a ficha do filme



O filme tem início com a imagem de um livreto de literatura de cordel que se perde ao vento e abre na página que conta a lenda urbana do lobisomem e do coronel, numa região do nordeste brasileiro. A partir de efeitos de computação gráfica, a animação retrata um violeiro cego que começa a contar a história dessa lenda, alternando frases repentistas com frases poéticas, sempre acompanhadas pela viola. A "canção" retrata a vida rural de um coronel, sua moradia, sua família e seus animais de confiança. De repente, entra em cena Dona Preta, uma senhora que trabalha para o coronel e que, no meio da noite, acorda assustada com um barulho fora da casa quando vai ver, é o lobisomem. O coronel e seus homens saem à procura dele, mas não conseguem capturá-lo. No dia seguinte, o coronel pune os capatazes que deixaram o lobisomem escapar. Algumas noites depois, o coronel e
seus capangas reencontram a fera e a enfrentam, porém, não conseguem eliminá-la. O lobisomem entra na casa do coronel e quebra um porta-retrato com a foto da filha do coronel. Ao final do curta, o violeiro cego desafia a imaginação do telespectador sobre o que teria acontecido ao bicho, já que a moça apareceu grávida.


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Conhecer a literatura de cordel, de suas origens aos dias de hoje e, paralelamente, conhecer o repentismo típico nordestino.


 Trabalho interdisciplinar: Português, História e Geografia- Organizados em grupos, os alunos deverão pesquisar sobre as regiões brasileiras onde ocorre a literatura de cordel, explorando, além de suas origens, a estrutura de escrita e o inusitado formato de apresentação. O professor deverá orientar a pesquisa relacionando, previamente, as regiões brasileiras que adotam a literatura de cordel como disseminação de sua própria cultura local. Dividindo a classe em grupos, cada um deles será responsável por caracterizar essas regiões, de modo a conhecê-las melhor, explorando sua gastronomia, suas danças, seus trajes e festas típicas, seu linguajar, sua orientação religiosa / espiritual e suas formas de moradia. Aspectos ligados ao cancioneiro popular, que acompanha o cordel, também podem ser estudados. Segundo Ariano Suassuna, um estudioso do assunto, a literatura popular em versos do Nordeste brasileiro pode ser classificada nos seguintes ciclos: o heróico, o maravilhoso, o religioso ou moral, o satírico e o histórico. Assim, cada grupo poderá elaborar seus próprios folhetos de cordel, retratando lendas urbanas, acontecimentos atuais ou, até mesmo, histórias pessoais. Se houver possibilidade de ter o auxílio do professor de música, de cantores populares de rua ou de bandas e grupos musicais locais, os alunos serão estimulados a comporem canções para acompanhar a escrita registrada. Assim, a aula ficará ainda mais interessante, pois, além de estimular o "talento" musical de alguns, proporcionará uma boa experiência de criação repentista.


Vale destacar que a literatura de cordel não existe apenas no Brasil mas também na Itália, na Espanha, no México e em Portugal. Na Espanha, por exemplo, é chamada de pliego de cordel e pliegos sueltos (folhas soltas). Um portfólio que reúna o processo de cada uma das atividades comprovará a interdisciplinaridade do trabalho. O portfólio será dividido em História e Geografia, contendo as características têmporo-espaciais da vida em cada região estudada, que faz uso da literatura de cordel, e em Português, a partir do registro escrito de informações históricas sobre as origens da literatura de cordel e sua função sócio-educativa de disseminação das culturas letrada e musicada locais, preservadas em meio a tantos recursos digitais da atualidade.


 Pluralidade Cultural - Por meio da literatura de cordel e do cancioneiro popular retratado no repentismo, os alunos poderão perceber a variedade de expressões lingüísticas próprias do Nordeste brasileiro, comparado às outras regiões. Além disso, aprenderão que tanto o cordel como o repentismo são formas de se transmitir tradições locais, sejam elas verdadeiras ou fictícias. Sob esse aspecto, a classe poderá pesquisar quais formatos os registros regionais assumem nas demais localidades brasileiras, isto é, como os grandes centros urbanos ou as áreas rurais mantêm e repassam sua história local. A pesquisa será feita com visitas a bibliotecas e hemerotecas, centro culturais e mediante entrevistas com representantes regionais dessas tradições, que poderão ir até a escola ou, ao inverso, a escola poderá promover a ida dos alunos até os espaços culturais ou públicos que promovam essas atrações culturais.



Avaliação:

A avaliação poderá ser feita por meio da composição de uma exposição de cordel - na sala de aula ou nos corredores da escola - elaborada pelos próprios alunos, tanto a escrita quanto a ilustração. Essa mostra poderá ser acompanhada por músicas regionais, "alunos repentistas" e até mesmo por uma breve encenação teatral.

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