Relato de atividade em sala de aula

LITERATURA EM FILMES

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15/12/2009
Língua Portuguesa
Ensino Fundamental - Anos Iniciais
90
Mariana Mendes
EM ALICE LOBATO MARTINS | MG | Pedro Leopoldo | Municipal






O curta "Velha História" foi exibido no início da aula, no intuito de trabalhar a experiência de um texto-filme. O objetivo era perceber a literatura áudio-visual da obra, pois o filme foi criado à partir do texto de Mário Quintana, mas pode ser lido de forma completamente independente. Mário Quintana até então era desconhecido pelo grupo de alunos, que na aula teve contato com o filme e em seguida com alguns textos do autor. Busquei abordar também o significado de "novas palavras", aumentando o vocabulário dos estudantes. Após o filme, lemos o poema "Das utopias". É um poema adulto e causou estranhamento. Em seguida, pedi que eles fizessem uma lista de palavras/expressões desconhecidas (como fazem na aula de inglês). Na lista surgiram palavras como: "utopias", "inatingíveis", "se não fora". Após desvendar tais palavras, relemos o poema e todos se encheram de ideias. Partimos para a criação coletiva de imagens audiovisuais a partir do poema, o que seria um esboço para um roteiro de um filme. Todos contribuimos e, após a produção coletiva do texto, cada um leu uma parte. Eles pediram para rever o VELHA HISTÓRIA e eu passei mais uma vez, para encerrar a aula.

Na exibição de "Velha História" as crianças riam sempre que aparecia o peixinho e, principalmente, em sua primeira aparição, quando ele sai pescado do mar. Ao final, uma aluna, quando vê o peixinho morto, ficou com os olhos cheios de lágrimas. E, ao fim do filme, um silêncio completo na sala. Todos os alunos ficaram surpreendidos com o final da história, com o peixinho morto, devolvido ao mar. Um dos comentários surgidos foi o de que nenhum filme pode ter final triste, só final feliz. Eu indaguei o porquê daquele pensamento, já que a vida tem momentos tristes e os filmes podem ser reflexo desses momentos. Expliquei que o texto escrito por Mário Quintana era uma metáfora da relação de amigos, do homem com o meio ambiente. Foi muito interessante abordar com os alunos o aspecto de que não é necessário ter lido o texto original para entender a obra audiovisual. O filme é independente e é sempre uma obra aberta, passível de interpretações, desejos e expectativas de cada um que o vê e o interpreta. Até hoje eles comentam do peixinho e também da vontade de produzirem o filme que esboçamos o roteiro! Para o ano de 2010 pretendo realizar uma oficina de teatro para encenar o "roteiro" e gravarmos. Será mais uma interessante experiência com eles!